quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mais, Do Mesmo.


Vencimentos congelados
Tudo sempre aumentar,
Jovens e reformados
Já se estão a interrogar.

Já não faço por vontade
Muita coisa que fazia,
Agora é com saudade
Que as recordo dia a dia.

Que futuro se espera
Num país endividado,
Dispondo de tudo que era
Mais rentável ao estado.

Já não sinto alegria
Que sentia antigamente,
Mas lembro, alguém dizia,
Que a politica mata gente.

Jovens sem trabalho
Tentam sobreviver,
Procurando agasalho
Junto quem os viu nascer.

É triste neste momento
Dizer, não sou capaz
E de vir ao pensamento,
Que a política é voraz.

Com tantos sacrifícios
Impostos aos mesmos,
Esgotam-se os orifícios
Com os quais sobrevivemos.

Lembro tempos de rapaz
Que ouvia meus avós,
Governos, faz e desfaz,
E tudo levam de nós.

Começa o pão a faltar
Devido aos congelamentos,
Tentam nos crucificar,
Agora com novos aumentos.

Sem pregos, mas com taxas
Visando nossa saúde,
Apressam-nos as caixas
Para a cerimónia fúnebre.

Lanço a minha voz
Pedindo a salvação,
A política é tão atroz,
Não nos dá consolação.

Parece o golpe final
Pondo fim a uma classe,
Vedando-lhes o hospital
Como de luxo se trata-se.

Roubam os subsídios,
Congelam os aumentos,
Provocam desequilíbrios
Afastam investimentos.

Se isto é governar
Antes uma ditadura,
Nem no tempo de Salazar
Havia tanta amargura.

Bate – bate coração
Enquanto puderes bater,
Só tu me dás ilusão
E força para viver.

Abril já se evaporou
Em nuvens de fumo negro,
Tenho pena de quem votou,
Na bosta deste governo.

Mesmo que ande a sofrer
Desejo ver a luz do dia,
Até quando Deus quiser
Libertar minha agonia.

A única coisa que faz
É só anunciar cortes,
Sem ver o mal que trás
Nesses cruéis pacotes.

Hoje estão arrependidos
Por neles terem votado,
Um dia serão vencidos
Por os terem enganado.

Rezem uma Avé - Maria
Para estes actos acabar,
E leiam esta poesia!
Não vale a pena chorar.

O autor:
Bernardo Cerqueira.