segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sonhos Frustrados.


Deram parte de sua vida
Por aquilo que sonharam,
Tendo como ponto de partida,
Uma formação que abraçaram.

Sentem-se agora frustrados,
Depois de muitos sacrifícios
Com estágios combinados,
Sem prespectivas de benefícios.

Entre uma luta desenfreada
Para obter uma colocação,
Uma juventude explorada,
Por instituições e Nação.

Intituições que promovem
Aliciações promissórias,
Com cursos a esses jovens
Que não passam de histórias.

Numa Nação que pactua,
Ao autorizar tais situações,
Findo os cursos estão na rua
Sem hipótese de colocações.

Que futuro os espera
Neste país laboral,
Consumidos pelo que era
Um sonho, lindo e natural.

Não posso ficar incólume,
A esta injustiça social
Que tem servido de tapume,
Só p`rá arranjos de capital.

De algumas instituições
Com propinas exorbitantes,
Relacionadas com patrões
Só p´ra enganar os estudantes.

Que patrocinados por seus pais,
Para aquilo que sonharam,
Fitam seus olhos nos jornais
Para os anúncios que editaram.

Tentando ir ao encontro
Daquilo que deveria ser,
O sonho de um jovem pronto,
Pôr seu talento a render.

O contrário do que acontece
Neste momento atual,
Tal sonho desvanece,
Por um desleixo Nacional.

Deram parte de suas vidas
Preparando seu destino,
Sem terem contrapartidas,
Só lhes resta um caminho.

Lutar para sobreviver,
Procurando uma solução,
Seria justo obter
Um subsídio da Nação.


O autor:
Bernardo Cerqueira.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sozinhos, Entre Paredes.

Começam a dar sinais
Estes casos solitários,
De pessoas que jamais,
Imaginavam tais cenários.

Com o avançar da idade,
Por diversos fatores da vida
Perdem seus laços de amizade,
Sozinhos aguardam partida.

"Abandonadas" pelas raízes
Que elas próprios criaram,
Sentem-se agora infelizes
Sem saber onde erraram.

Assim acabam seus dias
Fechadas por própria mão,
São levadas p´ra autópsias,
Mas essa não é solução.

Sós, tristes e desamparadas,
Assim deixam de sofrer
Por vezes são encontradas,
Anos depois de morrer.

É uma realidade dura
Difícil de digerir,
Onde persiste amargura
Que todos devemos banir.

Aos sistemas governamentais
Compete refletir,
Porque irão surgir mais,
Se os mesmos não intervir.

Com reformas diminutas
Que mal dão p`ra comer,
Evitam até as consultas,
P`ra sua saúde proteger.

Além de abandonadas
E de ficarem sós,
Sentem-se desprezadas,
Por serem mais "velhas" que nós.

Assim se vai deparando
Por vezes entre paredes,
Nas notícias de vez em quando,
O fim de alguns portuguêses.

Não queria citar a Nação,
Mas acho que o devo fazer
P`ra ver se alguém deita mão,
Ao que não deve pervalecer.

Assistência é um direito
Como o direito á vida,
O fim, deve ter o respeito,
Dessa hora de partida.


O autor:
Bernardo Cerqueira

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quando Os Cravos Murcham.


Começam a descolorir
Com suas pétalas caídas,
Quando deviam florir,
Em lapélas conhecidas.

O povo vinha p`rá rua
Com eles junto ao coração,
Saía de uma ditadura,
Com rumo à Democratização.

De um país amordaçado
Por um regime autoritário,
Parece ser ígnorado,
Esse feito extraordinário.

Quanto tempo levará
Para colorir os mesmos!...
Parecem já não estar cá,
Era bom que nos lembremos.

Daquela velha canção
Do, ao tempo volta p`ra trás
Trás-me o cravo á mão,
Porque sei que és capaz.

E tem pena de mim
Porque me estão a cortar,
A continuar assim,
Não sei onde irás parar.

A moda agora é tirar
Aos pobres e dar aos ricos,
O melhor é convocar,
O Robim p´rós aflitos.

Esta é uma triste canção
Que vos estou a contar,
Sobre a política da Nação,
Cujo tema é, cortar e empenhar.

Cortar nos vencimentos,
Empenhar o país,
Congelar os aumentos
Fazendo um povo infeliz.

Começa o sistema a deixar
De fazer algum sentido,
Num país à beira mar,
Não tarda, tem tudo vendido.

Fazem de nós mexilhões
Agarrados a uma rocha,
Expostos aos tubarões,
Que vivem na nossa costa.

Um dia, virá a maré
Que nos irá libertar,
É preciso, é ter Fé
Para os cravos arrebitar.


O autor:
Bernardo Cerqueira.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Grito De Uma Nação.


Com bandeiras acenando
E de cartazes na mão,
O Povo grita reivindicando
Sua justiça à Nação.

É o despertar do Mundo
Que se sente a naufragar,
Procurando saír do fundo
E possa assim respirar.

Ancorados pelos sistemas
Existentes naquele mar,
Procuram vencer esquemas
Que os anda a sufocar.

É um mar de gente sereno
Que se poderá encrespar,
Mas o que mais mete medo,
É o que pode originar.

Tal como as marés
Quando o mar se revolta,
As ondas batem nos pés
E muita gente não gosta.

Seria bom que o bom senso
De quem dirige tal Nação,
Perante aquele mar imenso
Evitasse um furacão.

Começam haver sinais
De confrontos entre o povo,
Que poderão ser fatais,
Se não houver governo novo.

E seja mais sensível
Àquela causa comum,
Tornando-se mais credível,
Pois seu desejo é só um.

Viver com dignidade,
Manter em pé seu país,
Haver mais solidariedade,
Poder ser mais feliz.

Prevejo um final feliz
Para tal tempestade,
Se quem dirige o país
Ponderar com dignidade.

E dessa forma evitar
Um enorme mar de sangue,
Basta-lhe só deixar,
O Povo escolher quem mande.

Estou convicto que chegará
Esse momento reclamado,
E a maré acalmará
Sem mais sangue derramado.


O autor:
Bernardo Cerqueira.