quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O choro da videira, Alegria de S. Martinho.


A videira já não chora
Cumpriu com o seu dever,
Resta-nos a nós agora,
As tratar como deve ser.

Deixar suas folhas cair,
Para em seguida as podar
E novos caminhos abrir,
Para se renovar.

As cubas estão tapadas
Repletas com seu sumo,
Em breve serão visitadas,
Para provar seu conteúdo.

Que nos saciará todo ano
À mesa, em festas e tasquinhas,
Anima todo o ser humano,
Que abusa nas taçinhas.

Bebido com moderação
Tem uma certa influência,
Mesmo a nível do coração,
E não gera dependência.

E assim sempre será
Enquanto a videira existir,
Ela o homem servirá,
Para a tasquinha servir.

S. Martinho vai chegar
As torneiras vão-se abrir,
Muitos o vão desejar
Para não se entupir.

Esta, é uma mais-valia
Que esse néctar contém,
E muita gente aprecia
Nessa época que aí vem.

Desenlaça e faz seguir
A castanha ao seu destino,
Se dela abusares faz-se ouvir,
Provocando algum peidinho.

Tudo em excesso faz mal,
Com regras tudo faz bem
O peidares-te é um sinal,
Dos gases que dela advém.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

sábado, 25 de setembro de 2010

Aventura ao cair da noite.


Sem ter onde pernoitar,
Seu corpo pedia descanso
Depois de tanto caminhar,
Era a hora do balanço.

Pesou o melhor e o pior
Olhando à situação,
Optando pelo melhor
Servindo-se de um camião.

Tratava-se de um tir
Com cama incorporada,
O que acabava por servir
Se não estive-se ocupada.

Abeirou-se da viatura
Limitando-se a confirmar,
Levou a mão à fechadura
Que se esqueceram de fechar.

Foi o local ideal
Para ali passar a noite,
Tinha uma cama bestial,
Correu as cortinas, e o cansaço foi-se.

Depois de um belo sono
Pela madrugada acordou,
Reparando no rádio de adorno,
Sem receio, o mesmo ligou.

O ambiente musical contribuiu
Para uma nova soneca,
Quando seus olhos abriu,
Viu o motorista e a porta aberta.

Este, apavorado ficou
Pedindo-lhe explicação,
Perguntando-lhe como entrou
Para dentro do camião.

Contou-lhe a sua aventura
E precisa-va de descansar,
Permiu o botão da fechadura
Que tinha ficado por fechar.

O homem de bom coração
Depois de tudo verificar,
Compreendeu a situação
E acabou por o ajudar.

Não vale apena maltratar
Quem de ajuda precisa,
Se sabes como ajudar,
Nunca te arrependerás na vida.

O autor:
Bernardo Cerqueira

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fascínio pela aventura.







Abraçando a aventura
Era o desejo de um rapaz,
Partiu em determinada altura,
P´ra ver do que era capaz.

Fascinado por outros povos
A curiosidade o seduziu,
Sem olhar a meios nem modos,
Pegou a sua mochila e partiu.

Sem meios de sobrevivência,
Sem ter onde viver,
Essa era sua apetência,
Viajar e conhecer.

Caminhando a pé e à boleia
Percorreu Aldeias, Vilas e Cidades,
Tudo o que lhe vinha à ideia
Fazia-o com poucas dificuldades.

Quando o apetite se manifestava
Sempre se sabia desenrascar,
Em bons restaurantes entrava,
Sem ter com que pagar.

Fazia parte da aventura
Que meticulosamente pensava,
Essa, era a parte menos dura
E que sempre resultava.

Começava por escolher
Sempre o melhor menu,
O que acabava por comer,
Fosse lagosta, frango ou peru.

Depois de bem saciado
Antes da conta pedir,
Chamava pelo empregado,
Uma sopa mandava vir.

Era a hora de levantar
E vir à porta arejar,
Antes da sopa chegar,
Pois não tinha com que pagar.

Espero, não servir de exemplo
Estes factos publicados,
Faço-o p´ra passar o tempo,
Alguns dos meus leitorados.

Era um meio de se alimentar
Sem criar grandes mazelas,
Sobre as noites p´ra descansar,
Falarei outro dia delas.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nunca Digas Nunca.


O Futuro a Deus pertence,
Por isso, nunca digas nunca,
Muitas vezes acontece
Muita coisa toda junta.

Só tens de saber gerir
Uma de cada vez,
Verás que vais conseguir
Seja num dia, ou num mês.

O tempo é o melhor remédio
Com que podemos contar,
Ajuda a combater o tédio,
Sabendo-o aproveitar.

Quando bem aproveitado
Tudo faz acontecer,
Lá diz o velho ditado,
Vive, não deixes morrer.

Nada há de impossível
Que nos possa acontecer,
Mas o que temos mais credivel,
É o tempo p´ra viver.

Isto, enquanto Deus nos deixar,
Por isso, nunca digas não
E nunca pares de lutar,
Por uma boa solução.

O nunca será diluido
Com o tempo ajudar,
Se não estiveres convencido
Tenta-te aconselhar.

Com conselhos positivos
De alguém que saiba dar,
Ainda existem bons amigos
Que gostam de ajudar.

A esperança te inundará
E voltarás acreditar,
Com tempo tudo farás,
Sem teres que desesperar.

Seja num mês ou num ano
Ele nunca te vai faltar,
Dizer nunca é um engano,
Ele, faz muita coisa mudar.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os protegidos




São os que nada fazem
Para se notabilizarem,
Sem o minimo de bagagem,
Acabam sempre por benefíciarem.

Protegidos pela ignorância
Que não deveria pervalecer,
Há-os com tanta arrogãncia
Que não sabem, nem quer saber.

O importante é ser ressarcivo
Com vencimentos chorudos,
Assinar quando for preciso,
Esquematizar negócios turbos.

Constituida a panela
Tratam de a proteger,
P´ra não queimar a asa dela,
E o caldo não ferver.

A quem trabalha é servido
Muito mal cozinhado,
A crise é sempre o motivo
Com aval do estado.

E assim se vai mantendo
Esta norma de proteger,
O trabalho vai-se fazendo
Aumentos, não pode haver.

Quando dão uma migalha
É de curta duração,
Ou o custo de vida a apanha,
Ou os impostos a levarão.

É uma grande panela
Sem o minimo de pressão,
Cozinham o que querem nela,
Onde só eles metem mão.

São países maravilhosos
Que protegem mandriões,
Com governos mentirosos,
Não olham às populações.

Os que algo podem fazer,
Só sabem pedir sacríficios,
Lá volta a crise aparecer
Encapotando, orifícios.


O autor:
Bernardo Cerqueira.

sábado, 11 de setembro de 2010

O tempo e suas tradições.


Há tradições que se perdem
Com o passar do tempo,
Entre elas emergem
As do casamento.

Os jovens hoje não seguem
Tradições outrora usadas,
São muitos os que entendem
Hoje estar ultrapassadas.

Será que eles têm razão?
Ou estarão equivocados!...
São muitos que os dispensam
Para não ficar divorciados.

Há muitos factos hoje em dia
Que acabam por ser fatais,
Um deles salientaria
As políticas contratuais.

É imprevisível saber,
Se não será despedido,
Enquanto esta Lei estiver
Tudo é muito relativo.

O casamento assumido
É um acto responsável,
Que arrasta deveres consigo
E requere uma vida estável.

E quando não há estabilidade
Os deveres podem falhar,
Noto, uma sã maturidade
Nessa forma de pensar.

Aos governos, compete reflectir
Como sanar este problema,
Ou acabarão por assistir
 sua extinção plena.

De um acto que é Sagrado
Herdado por gerações,
Começa a ser depreciado
Por falta de condições.

Aumentam os divórcios,
Cresçem as uniões,
Os filhos, serão os próximos
Herdeiros destas tradições.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

sábado, 4 de setembro de 2010

Emigrantes Clandestinos.




São jovens inconformados
Que clandestinamente vão,
Às escuras esperançados,
De que algo encontrarão.

Mantendo sempre a esperança
De suas vidas melhorar,
O que nem sempre se alcança
E acabam por voltar.

Depois de tanto caminharem
E tanta porta baterem,
Dispostos a algo agarrarem,
Para assim sobreviverem.

Um ou outro lá encontra
Algum tipo de trabalho,
Se não gosta, faz - de - conta
Mas serve-lhe de agasalho.

Depois de se ambientarem
Começam a sonhar alto,
Não deixam de procurarem,
Para dar um novo salto.

Percorem Vilas e Cidades
Com diferentes objectivos,
Já com outras capacidades
Voltam a ser recidivos.

Por vezes até conseguem
E realizam seus intentos,
Mas também há os que perdem
Por estes comportamentos.

Voltando a caminhar,
Batendo de porta em porta,
Com o dinheiro a faltar
E a esperança a ficar morta.

E quando tal acontece
Começa o estômago a pedir,
O dinheiro desaparece,
E o pior está p`ra vir.

Ficam muito debilitados
Sem saberem que fazer,
Sujeitam-se como escravos,
Agarram-se ao que aparecer.


O autor:
Bernardo Cerqueira

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Desejos Ocultos.


São desejos escondidos
Nunca por nós revelados,
Embora sendo apetecidos,
Nunca são concretizados.

É um mistério que ainda
A Ciência não descobriu,
Sempre dão sinais de Vida,
Mas nunca ninguém os viu.

Creio não existir
Quem não os possa ter,
Se caso os atingir,
Outros iram aparecer.

Quanto mais o homem tem,
Mais ele deseja ter,
Neste Mundo de ninguém
Com tendência a desaparecer.

Não vale a pena contar
Com desejos ocultistas,
Só tens que os expulsar
E ver coisas realistas.

Que se possam realizar,
Enquanto viajas no tempo
E do mesmo desfrutar,
Olhando ao teu vencimento.

Seguindo este sistema
Libertarás tua mente
E sem qualquer problema,
Terás uma vida diferente.

De jovem deves pensar
No que aqui estou a escrever,
Os desejos são p`ra pesar
E crê, no que possas ter.

Através do teu trabalho
E das tuas ambições,
Poderá haver um atalho,
Saindo-te o euromilhões.

Se este caminho seguires
Alguns desejos alcançarás,
Sem teres que te afligires
E a bom porto chegarás.

O autor:
Bernardo Cerqueira.