sábado, 8 de dezembro de 2012

Quando Interesses, se sobrepõem às necessidades.














Impotentes e cansados
É quando nos sentimos,
Tristes e inconformados
Por algo que não conseguimos.

Vemos a vida desvanecer
Inundada de sofrimento,
Acabando por fazer
Uma corrida contra o tempo.

Ficamos tristes, desolados,
Revoltados contra o sistema
Que se nota em alguns lados,
Agravando mais o problema.

O que deveria ser solução
Criada para tais fins,
Nem sempre nos dão a mão,
Transformam-se em coisas ruins.

Se fortuna tens à que ver,
O resto já não importa
Nem que tenhas de morrer,
Procurando porta a porta.

Chamo a isto, oportunismo
Que faz lembrar o abutre
Com seu ato de cinismo,
Para o ataque medíocre.

Acabaram com as entradas
Para que portas se abrissem,
Fortunas eram dadas,
Para que vagas existissem.

Mudam-se as leis,
Inventam-se os sistemas
E se algumas vagas quereis,
Contem com outros problemas.

Apregoam-se muito
As doutrinas sociais,
Se não tiveres algum junto,
O caso é sério demais.

Desconfiem da caridade
E dos bons costumes sociais,
Podem chegar muito tarde,
Aconselhem vossos pais.

Dependendo das situações,
Nunca deixem de procurar
O melhor das condições,
Sem abutres a rondar.

Infelizmente, é assim
Que o sistema funciona,
Sinto dentro de mim
A inconstância que incomoda.

O autor:
 Bernardo Cerqueira

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Os ignorados de sempre




















Viram-se para esta classe
Que tem sido ignorada,
Sempre deram sua parte
Para que nunca falta-se nada.

Contribuindo com descontos
Durante uma vida inteira,
Hoje vemos alguns tontos
Quererem encostá-los à beira.

Desgastados, pelo dever sentido
Ao serviço do seu país,
Vêem agora o adquirido
Ser roubado pela raiz.

Não foram estes os autores
Do devaste do país,
Até os fundos destes senhores,
Foram desviados como se diz.

Para um défice tão falado
Que teima em persistir,
Vão aos direitos do aposentado,
“Que já deixaram de sorrir.”

Que se mude bem depressa
Inclusive o bom censo,
Chega, ser bombo de festa
Em todo e qualquer momento.

É tudo sempre a subir
E as pensões congeladas,
Só vejo a igualdade surgir,
Quando nuvens vem carregadas.

Espero que venha o sol
E com ele vejam a luz,
Surja um governo em prol,
E nos livre desta cruz.

O autor:
Bernardo Cerqueira

domingo, 14 de outubro de 2012

Há sempre volta a dar
















Foi ajudante de marceneiro
Ainda era adolescente
E também foi de torneiro,
Mudou para ser diferente.

Experimentou ser pintor
Durante vários meses,
Mas foi também vendedor
De cursos algumas vezes.

Iniciou-se em metalurgia
Que nunca o cativou,
Não era aquilo que queria,
Em seguida abandonou.

Foi empregado de balcão,
Era o moço dos recados
Achou que não era bom,
Arranjou para outros lados.

Desta vez foi para padeiro,
Trabalhava durante a noite
Andou lá o ano inteiro,
Não era aquilo que queria, ( foi-se ).

Foi para o estrangeiro
À procura do seu futuro,
Era ajudante de pedreiro,
Deixou porque era “duro.”

Começou em tanoeiro
Mas não o seduzia,
Tentou novamente padeiro
Desta vez durante o dia.

Acabou por se mudar
Desta vez para electricista,
Logo começou a pensar
Em querer ser artista.

E tanto que procurou
Acabou por arranjar
Acesso onde conquistou,
Uma escola para treinar.

Foi então contorcionista
Que ali se transformou
O sonho em ser artista,
E mais um ano passou.

Era um jovem curioso
Querendo sempre mais,
Aventureiro e teimoso
Partiu para outros locais.

Foi então para estivador
Por ser mais bem remunerado,
No pensar deste senhor
Começava a pesar o passado.

Passados meses voltou
Já na fase de adulto,
Em seu futuro ponderou,
Já não era nenhum puto.

Entrou para uma empresa
Que seria o seu futuro,
Era aquela com certeza
Que mais se sentia seguro.

Começou como auxiliar,
Foi técnico em telecomunicações
Onde acabou por se formar
No serviço de fiscalizações.

Esta obra verdadeira
Apenas pretende mostrar
Em forma de brincadeira
Que há sempre volta a dar.

O autor:
Bernardo Cerqueira

sábado, 13 de outubro de 2012

Quando o amor é verdadeiro




















Quando o amor prevalece
Tudo se pode vencer,
O impossível desaparece
Tudo se pode fazer.

Quando ele é verdadeiro
Temos o Mundo na mão,
Pelo contrário o traiçoeiro
Trai-nos o coração.

Derruba-nos os sentimentos,
Leva-nos a força de viver,
Abate-nos durante tempos,
Tudo pode acontecer.

Se ambos prevalecem
Com o seu real amor,
Os sentimentos fortalecem,
Vemos a vida com fulgor.

Começamos a ver melhor
O sentido que ela tem,
Entre o melhor e pior
E os prazeres que dela vem.

Assim como as barreiras
Que nos faz ultrapassar,
Perante um Mundo de clareiras,
Se com ele soubermos lidar.

Assim tudo germinará
Como as sementes na terra,
O amor prevalecerá,
E colheremos os frutos dela.

Quando nos apercebemos,
Vemos então a felicidade
E a noção que temos,
É que nos amamos de verdade.

O autor:
Bernardo Cerqueira

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Maré Negra













Sem rumo, à deriva,
Assim se vai navegando,
Perde-se a qualidade de vida
Porque nos vai dilacerando.

Uma enorme maré negra
Sem saber para onde ir
Uma situação grega
Não tarda, se vai sentir.

Com as medidas anunciadas
Em escalões de IRS,
Famílias serão afundadas,
As que não são, emagrecem.

E ficarão com os ossos
Que poderão ser alienados,
Com estes passos insossos,
Para reuniões de inadaptados.

Assim se vai navegando
Numa escuridão imensa,
Que reage de vez, em quando,
Através de toda a imprensa.

Para apresentar novas medidas,
Ferindo mais os cidadãos
Como águas assassinas,
Que levam nossos irmãos.

Uma enorme maré negra
Que toca uma população,
De uma justiça cega
Sem nenhuma ponderação.

Onde iremos nós parar
Nesta maré de incerteza,
Numa rota sem clarear,
E sem esperança na mesa.

 O autor:
 Bernardo Cerqueira

sábado, 6 de outubro de 2012

Os Insenssíveis




















Insensíveis aos sacrifícios
De um povo paciente,
Retiram-lhe os benefícios
Como se não fossem gente.

Com vencimentos congelados
Já lá vão alguns anos,
Espremem-lhe os ordenados
Com impostos disparatados.

São cegos e surdos
Não vêem o país afundar,
Apelidados de gatunos
Que teimam em nos roubar.

Como pode uma economia
Desta forma sobreviver,
Ver sua mercadoria
Nas estantes apodrecer.

Sem dinheiro para comprar
Não se poderá vender,
Pára-se de trabalhar,
Mais falências vão aparecer.

O desemprego vai aumentar,
Os impostos vão diminuir,
O país vai afundar
Sem dinheiro para emergir.

Vamos de mal a pior
Se a estupidez continuar,
Seria muito melhor
Que se pusessem a andar.

O povo é espremido
Por um bando de ladrões,
Recuando ao prometido
Não passaram de ilusões.

Saudades tenho do Spínula
E dos capitães de Abril,
Aqui deixo uma vírgula,
Para que possam reflectir.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Corpo de gente, Mente de Serpente




São corpos camuflados
Sempre próximos de nós,
Mordem-nos aos bocados
Acabam por ficar sós.

Tal como as serpentes,
Focam suas presas
Confundindo suas mentes
Criando-lhes surpresas.

E quando nos apercebemos
Só nos resta abandonar,
Cuidar daquilo que temos,
Custe o que custar.

Elas andam por aí
Rastejando atrás de algo,
Comentando aqui e ali
Conversas que estão a saldo.

Envenenam o Mundo,
Chamen-lhe inveja se quiser
Emergem bem lá do fundo,
De uma semente qualquer.

Que se deteriorou no tempo
Afetando suas mentes,
Sem nunca verem o momento
Em se tornarem diferentes.

E quando caem em si
Por vezes tarde demais,
Continuam por aí
Como se fossem geniais.

São seres no meio de gente,
Que para se transformar
No que seria coerente,
Deveriam hibernar
E voltar nascer diferente.

O autor:
Bernardo Cerqueira



O grito dos inocentes





















Serenos mas indignados
Gritando pela justiça,
Não gostam ser espezinhados
Pelo que se não justifica.

Uma lição adequada
A uns alunos governantes,
De uma esperança errada,
Que decepcionou seus votantes.

Assim se fizeram ouvir
As vozes de quem trabalha,
Não sei se vão  servir,
Para arrumar a escumalha.

Uma coisa tenho a certeza,
Nada será como antes
Sentarse-ão a uma mesa,
E virão algumas atenuantes.

Foram Passos mal dados,
Que só servem para calcar
Trabalhadores e reformados,
Que se teem vindo a calar.

À temivel TSU
O povo despoletou,
Contra um governo cru
Que a troika manobrou.

E vai haver mais um vira,
Como aliás, sempre foi
Um rouba, outro tira
E o zé não vê um boi.

A mim já não me espanta
Em ver um PS voltar,
Assistir mais uma dança
Com o zé a celebrar.

O autor:
Bernardo Cerqueira

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um Abraço do Bernardo.


Aqui da minha tasquinha
Das rimas como lhe chamo,
Para uma conhecida minha,
Um abraço do Bernardo.


Fico feliz em saber,
Depois de lhe ter escrito
Que agora está a ver,
Com quem me identifico.


Conheço muito bem
O seu irmão Gaspar,
Foi meu colega também
Na escola a estudar.


Fizemos o 9º ano
Nas novas oportunidades,
O parar é um engano,
Devido a nossas idades.


Por isso é que escrevo
Despertando meu cérebro,
Afastando-me do enredo
Fortalecendo meu ego.


Na tasquinha vou editar
Este diálogo aberto,
Para mais tarde recordar
Se o que digo é certo.


Espero não beliscar
Em nada esta opção,
Trata-se em partilhar
Palavras com boa intenção.


Para as confirmar
Ao Google deve ir,
A tasquinha das rimas solicitar,
Ela é para servir.


“ Eu nunca falava,”
A Rolanda para mim
Quando a olhava,
Representava algo assim:


Sendo eu pequenino,
Tal como ela era
Via nela um pedacinho,
Da felicidade que Deus dera.


Lhe agradeço o gesto,
E de mim se ter lembrado
O falar-lhe sempre em verso,
É um prazer do Bernardo.


Para si, e para os seus
O melhor que o Mundo tem,
Estes são os votos meus,
Para quantos o merecem.


O autor:
Bernardo Cerqueira.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Recordando Abril
















O povo saiu à rua
Com cravos acenar,
Era o fim da ditadura
E do fascismo a governar.


Passados 38 anos
Muito se beneficiou,
Neste dia recordamos,
A vitória que se alcançou.


Hoje vêem-se murchar
Muitos daqueles cravos,
Que vão deixar de estar
Em locais apropriados.


Em mãos, junto a lapelas,
Comemorando aquele dia
Que encheu ruas e janelas,
Com faces de alegria.


Hoje todos estamos
Perante um grande dilema,
Roubam, o que ganhamos
Para sanar o problema.


Há gente interrogada
Sem saber pra onde vai,
E se sente enganada,
Por partidos que os atrai.


O autor:
Bernardo Cerqueira.

Aniversário da tasquinha














Neste teu aniversário
Que vieste pra rimar,
Surge no meu horário
Algo para te contar.


Passo os olhos por ti,
Tomas-me o pensamento
Conto-te tudo que vi,
És a dona do meu tempo.


Companheira da solidão,
Fazes-me meditar
Relaxas meu coração,
Não me deixas enferrujar.


Foste criada em escola,
Aprendeste bem a lição
Testa-me a toda a hora,
É Impossível dizer-te não.


Que dure longos anos
Esta nossa relação,
E a rima que amamos
Ocupe muita solidão.


Parabéns a você
Por me ter seduzido,
Nunca irei saber porquê,
Ter eu sido, o escolhido.


Brindo ao acontecido
E ao ter-te abraçado,
Gosto estar contigo
Porque me tens inspirado.


Tens tudo de bom
Que a vida contém,
Apresentada com som
Dás alegria também.


Com instrumentos afinados
E vozes aquecidas,
Uns copos bem entornados,
Compões muitas cantigas.


São enormes os motivos
Que fazem gostar de ti,
E me despertam sentidos,
Para hoje estar aqui.


Serás sempre apreciada
Aqui nesta tasquinha,
E por muitos venerada
Mesmo sendo pobrezinha.


Parabéns te quero dar
Por este duplo aniversário,
Que acabas de passar,
Com mais um tema literário.


O autor:
Bernardo Cerqueira.









domingo, 8 de abril de 2012

Assim me dei a conhecer.

Olá, amiga Rolanda
Espero se encontre bem,
Com a graça de quem manda,
Neste Mundo e no além.

Talvez não me conheça,
A vida é mesmo assim
Os anos passam depressa,
Vou falar um pouco de mim.

Ainda era adolescente
Quando vim para Ruílhe,
Filho de boa gente,
Trabalhadora e humilde.

Não sei se havia cá
Mais famílias de morgados,
Com apelidos de, Cerqueira e Sá,
A viver por estes lados.

Sou primo do Alfredo
Que casou com a Flora,
Não sou nenhum segredo,
Para a Rolanda agora.

Meu pai, que Deus levou
Era polícia em Braga,
Nove filhos cá deixou,
Os da Palmira morgada.

Assim somos conhecidos
Ao longo de nossas vidas,
Pais, filhos e primos,
Para si, mais estas rimas.

Meu objetivo é fazer,
Sua mente recuar
Para não envelhecer,
E a minha não parar.

A Flora que citei
Fazia parte do centro,
Hoje habita em Sydney,
Se lembra, do seu casamento?

Me parece, estão reformados,
Tanto meu primo como ela
Pelos trabalhos prestados,
Naquela longínqua terra.

Concluo com saudações
De quem gosta de escrever,
Falando aos corações,
Fazendo-os reconhecer.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

quarta-feira, 28 de março de 2012

A lição de um cão







À deriva pelo mar,
Lutando pela sobrevivência
Veio-se a deparar,
Com tão cruel imprudência.

Acabava de se salvar,
Cansada, saía ilesa
Daquelas ondas do mar,
Ainda sem ter a certeza

Do rumo que iria tomar,
Eis; que ouve um tiro
Quando estava a descansar,
Era um caçador furtivo

Que ali andava a caçar,
Correndo,tenta ajudar a ferida,
Prostrada no solo a sangrar,
Sua missão era interrompida

Pelo caçador a chegar,
Em busca da presa abatida
Que acabou por a escorraçar,
Para outro lado da ilha.

A cadela, triste fugiu
Sem deixar de pensar
No lince que sucumbiu,
Não o podendo salvar.

Não muito longe dali
Depara-se com uns filhotes,
Sem ninguém perto de si,
Protege-os de suas mortes.

Tal como num filme
Puxou a fita atrás,
Revê novamente o crime,
E veja o que ela faz.

Apercebendo-se da situação,
Depara-se com uns predadores
Que queriam para refeição,
Tais filhotes sofredores.

Fazendo uso da sua agilidade,
Embora sendo um cão
Fisicamente em inferioridade,
Punha sua mente em ação.

Fiquei muito sensibilizado
Com a lição deste cão,
Não sei se é real ou filmado,
Toca qualquer coração.

Daí, me ter inspirado,
Aqui na minha tasquinha,
Das rimas do Bernardo
E contar mais esta historinha.

O autor:
Bernardo Cerqueira

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Caminho dos Guerreiros.








Me perdoem os de sempre,
Quero aqui deixar
Um testemunho diferente,
Que me apraz registar.

Estes guerreiros do Minho,
Por muitos ignorados
Devagar, devagarinho
Começam a ser falados.

Sem quererem assumir
O seu real valor,
Vão acabar por conseguir,
O campeonato a seu favor.

Com sua forma de jogar,
Nada têm a perder
Basta-lhes continuar,
Como têm vindo a fazer.

É justo anunciar
Aqui da minha tasquinha,
Que quem merece ganhar,
O campeonato, é o Braguinha.

É um exímio clube
Que deveria servir de exemplo,
Em toda a sua magnitude,
Fora de linhas e dentro.

Nem sempre é mencionado
Pela imprensa e TV,
Quando é, é posto de lado,
O título, não sei porquê.

O dinheiro vale muito,
Mas não para o resultado,
O que vale é o seu conjunto,
De guerreiros mentalizado.

E isso, o Braga tem,
Como-o tem demonstrado,
Penso que, o que aí vem,
É justo e bem justificado.

O Minho vai festejar
Um Braga campeão,
Se não se concretizar,
O 2º lugar, está na mão.

Parabéns aos guerreiros
E todos os intervenientes,
Deslumbrai vossos parceiros,
Dai vitórias a vossas gentes.

Gostaria de ver
Um Braga campeão,
E assim poder dizer,
Ganharam, porque mereceram.

O autor:
Bernardo Cerqueira

quarta-feira, 14 de março de 2012

Um Convite Envenenado




Fui um dia convidado
Para o café da manhã,
O que aceitei com agrado,
Dum chefe que havia lá.

Ambos nos deslocamos
Para o referido café,
Uma vez lá, nos sentamos
E eu ali de boa fé.

Palavra, puxa palavra
Acabou por perguntar,
Se de facto eu gostava,
Do que estava a desempenhar.

Prontamente respondi,
Que tudo o que fazia
Foi tal, como aprendi
E assim continuaria.

Ele logo retorquiu
Dando-me largos elogios,
Informando-se sentiu,
Propor-me outros desafios.

Eu logo disse que não
E me sentia bem,
Eis, o cerne da questão
Que tal convite tem.

Serviço de fiscalização
Das obras adjudicadas,
Aos empreiteiros que as tomavam,
Muitas vezes de mãos beijadas.

Abundava a corrupção,
Onde chefias contaminavam
E faziam jogos de diversão,
Com os quais não dominavam.

Não se podia exercer
A profissão com dignidade,
Acabava-se por sofrer
Na pele, tal mediocridade.

Próximo da aposentação,
Acabei por me transferir
Para o sector de conservação,
Depois de me ter feito ouvir.

Por isso este país
Chegou onde chegou,
O sistema assim o quis,
Mesmo quando se alertou.

Hoje estou aposentado
Consciente do que fiz,
Tendo sempre enveredado
Por cumprir pela matriz.

O autor:
Bernardo Cerqueira

quinta-feira, 8 de março de 2012

Força Portugal


Força, força Portugal
Dá-nos o que és capaz,
Ninguém vos leva a mal,
Sabeis como se faz.

Unidos, todos venceremos
Dentro e fora de linhas,
Honra que todos temos
De vitórias sem espinhas.

Honrai nosso valor,
Feitos de grandes vitórias
Dai-nos o vosso melhor,
Lembrai-nos nossas glórias.

Força, força Portugal
Somos selecção diferente,
Com um valor colossal,
Na mira de muita gente.

O autor:
Bernardo Cerqueira.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

QUANDO SE É LEMBRADO




Quando alguém nos felicita
Algo nos diz não estar sós,
Só quem não acredita
Que o tempo é veloz.

Os anos passam depressa
Sem nos apercebe-mos,
Quando nascemos é festa,
Ano a ano envelhece - mos.

E em cada aniversário
Festejamos esse dia,
Se fosse o contrário
Não sei como seria.

Mas é bom envelhecer
E acompanhar o tempo,
E assim agradecer
As mensagens do momento.

A todos sem excepção,
Neste meu aniversário
Que foi dia de inspiração,
Para este meu comentário.

Faço-o em comum
Para todos os amigos,
Meu desejo é só um
E estais todos abrangidos.

Que a vida vos sorria,
A saúde vos proteja,
Muitos anos de alegria,
O Bernardo vos deseja.

Aqui nesta tasquinha
Meu desejo é partilhar,
Convosco uma tacinha
E continuar a respirar.

Por muitos e bons anos
Com esta mesma paixão,
No momento em que estamos,
Com uma crise na nação.

Espero -não predomine
E não fique muitos anos,
Que o estado extermine
Rapidamente estes danos.

E volte a ser o que era
Aqui à uns anos atrás,
Está próxima a primavera
Esqueçam as coisas más.

Vamos então receber
Com nossos braços abertos,
A estação que vai trazer
Nova brisa a nossos tetos.

E assim poder concluir
Muitas e muitas primaveras,
Melhores anos onde vir
Para nos gozarmos delas.


O autor:
Bernardo Cerqueira.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Alegria de Viver.


Quero viver alegre
Por caminhos a trilhar,
A tristeza nada serve
À que a ultrapassar.

Vem aí a primavera
Que muito faz esquecer,
Já nada é como era
Com o país a esvanecer.

Espero, venha florida
E ouça o cuco cantar,
Traga antídoto p´ra ferida,
Que o país está a passar.

Aproveitemos a brisa
Dessa bonita estação,
Em calções e camisa,
Colhendo flores à mão.

Entre rosas e camélias
Não esquecendo os amores,
Levem o subsídio de férias,
Deixem-nos as flores.

Para ser-mos nós a cortar
E as poder oferecer,
Ter assim algo para dar
E um sorriso ver.

Em faces entristecidas,
Por medidas aplicadas
Em cima de feridas,
Ainda não cicatrizadas.

Não são passos de um coelho
Nem paus de umas portas,
Que nos vão deixar de molho,
Não seremos moscas mortas.

Fomos os obreiros
De um país diferente,
Não iremos ser prisioneiros,
De um sistema deprimente.

Mesmo sem os subsídios
Que nos irão roubar,
Nos manteremos unidos
Para vos denunciar.

Mais pobres ficaremos,
Não estava á espera disto!...
Com o governo que temos
O país está no lixo.

Resta-nos a alegria
De continuar a usufruir,
Da beleza que Deus cria,
Onde não podem intervir.


O autor:
Bernardo Cerqueira