sábado, 4 de setembro de 2010

Emigrantes Clandestinos.




São jovens inconformados
Que clandestinamente vão,
Às escuras esperançados,
De que algo encontrarão.

Mantendo sempre a esperança
De suas vidas melhorar,
O que nem sempre se alcança
E acabam por voltar.

Depois de tanto caminharem
E tanta porta baterem,
Dispostos a algo agarrarem,
Para assim sobreviverem.

Um ou outro lá encontra
Algum tipo de trabalho,
Se não gosta, faz - de - conta
Mas serve-lhe de agasalho.

Depois de se ambientarem
Começam a sonhar alto,
Não deixam de procurarem,
Para dar um novo salto.

Percorem Vilas e Cidades
Com diferentes objectivos,
Já com outras capacidades
Voltam a ser recidivos.

Por vezes até conseguem
E realizam seus intentos,
Mas também há os que perdem
Por estes comportamentos.

Voltando a caminhar,
Batendo de porta em porta,
Com o dinheiro a faltar
E a esperança a ficar morta.

E quando tal acontece
Começa o estômago a pedir,
O dinheiro desaparece,
E o pior está p`ra vir.

Ficam muito debilitados
Sem saberem que fazer,
Sujeitam-se como escravos,
Agarram-se ao que aparecer.


O autor:
Bernardo Cerqueira

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