
Mais uma taçinha
E venha o FMI,
Estamos á rasquinha,
Haja quem mande daí.
Basta de medidas
Sem resultados á vista,
Existem já muitas feridas
Sem discurso de conquista.
Os pobres estão espremidos
Não têm sumo para retirar,
Mal chega para seus filhos,
Já não há onde cortar.
Estamos a ser empenhados
Sem olhar a condições,
Com juros disparatados
Originados pelos leilões.
Como já tenho dito,
O Mundo não é o que era,
Vejo um povo aflito
Neste início de Primavera.
Começo a sentir saudade
De ver uma nuvem branca,
Que afaste a nebulosidade,
Que surge como uma tranca.
Na porta de uma classe
Que nada fez para merecer,
Esta política de impasse,
Que nos continua a prender.
Numa teia de sacrifícios
Que vieram para ficar,
Onde estão os benefícios!..
Dos de sempre a governar.
Já lá vão, trinta e sete anos
De promessas eleitorais,
Hoje todos estamos,
Na corda bamba dos jornais.
Programas e mais programas,
Sem o mínimo de credibilidade
Enquanto outros fazem camas,
Para sua prosperidade.
Se Democracia é desemprego
E os cofres esvaziar,
É preciso não ter medo,
E da verdade falar.
Agora vou concluir
Bebendo mais uma taçinha,
E quando o FMI surgir,
Volto à minha tasquinha.
O autor:
Bernardo Cerqueira.


