terça-feira, 18 de maio de 2010

S. João, Espelho para Muita Gente

Ai meu belo S. João
Espelho para muita gente,
Nem sempre és falado ou então,
Noutros meses és diferente.

Só em Junho tu és Rei
Não podia deixar de ser,
Os restantes meses não sei,
O que te faz desaparecer.

Soltam-se balões para o ar
Apertam-se os martelos na mão,
Todos começam a martelar,
É típico no S. João.

Efeitam-se as avenidas
Iluminam-se as artérias,
Dá-se o alho a cheirar às meninas,
E elas as coisas delas.

S. João dos manjaricos
Assim como dos namorados,
Uns ficam mais aflitos
Outros mais aliviados.

Juntam-se multidões
Na noite de S. João,
Conquistam-se os corações
A muitos que ali vão.

Por tudo isto S. João
Sempre serás recordado,
Todos quantos a ti vão,
Algo trazem para seu agrado.

Foi por ti meu S.João
Que um amor conheci,
Quando olhava para um balão,
Até que me apercebi.

Tinha uma mão ocupada
Com um lindo manjarico,
Enquanto a outra deslisava,
Deixando-me muito aflito.

Era linda como o Sol
Projectando o seu calor,
Sua mão seguia em prol
Do seu futuro amor.

O balão ia subindo
E o meu sangue fervendo,
Dei meia volta e sorrindo,
Disse, por S. João eu me rendo.

Nessa noite de S.João
Deram-me o alho a cheirar,
Foi tal a emoção,
Eu nem queria acreditar.

Alguém me tinha topado
Para seu próprio manjar,
Dei por mim bem acordado
Sentindo-me a delirar.

Aquele cheiro perfumado,
Do alho dado a cheirar,
Tinha algo misturado
Que me pôs a flútuar.

Foi uma epoca sagrada
Que ali me fez deslocar,
À farra, desse Santo adorado,
Dando amor até fartar.

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