Muito trabalho nos deu
Desde que foi semeada,
Tanta água que bebeu
E tanta erva arrancada.
Até que enfim!... Cresceu
Depois de bem venerada,
A certa altura sentíu,
Que tinha de ser transplantada.
O trabalho não abrandou
Com sua transplantação,
Pelo contrário aumentou
Trazendo o sacho prá mão.
Depois de serem sachadas
Primeira e segunda vez,
Não despensam ser vigiadas,
Ocupando o freguês.
Já depois de criadas
Dá gosto as retirar,
Mas exigem ser tratadas
Antes de se encabar.
Iram para um lugar
Secando a sua casca,
Para mais tarde levar
Vários golpes de faca.
Já depois de esfaqueadas
E tanto trabalho nos dar,
Branquinhas, as felizardas
Deixam-nos a chorar.
Chega a hora da despedida
Seu destino é a frigideira,
E aí ser estrugida,
Ou, cozinhada à maneira.
O trabalho compensa,
O bem tratar também,
Chorar é uma desavença,
Chorar é a perda de alguém.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
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