sexta-feira, 7 de maio de 2010

Trabalho e fim da Cebolada

Muito trabalho nos deu
Desde que foi semeada,
Tanta água que bebeu
E tanta erva arrancada.

Até que enfim!... Cresceu
Depois de bem venerada,
A certa altura sentíu,
Que tinha de ser transplantada.

O trabalho não abrandou
Com sua transplantação,
Pelo contrário aumentou
Trazendo o sacho prá mão.

Depois de serem sachadas
Primeira e segunda vez,
Não despensam ser vigiadas,
Ocupando o freguês.

Já depois de criadas
Dá gosto as retirar,
Mas exigem ser tratadas
Antes de se encabar.

Iram para um lugar
Secando a sua casca,
Para mais tarde levar
Vários golpes de faca.

Já depois de esfaqueadas
E tanto trabalho nos dar,
Branquinhas, as felizardas
Deixam-nos a chorar.

Chega a hora da despedida
Seu destino é a frigideira,
E aí ser estrugida,
Ou, cozinhada à maneira.

O trabalho compensa,
O bem tratar também,
Chorar é uma desavença,
Chorar é a perda de alguém.

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